Comentário de Mercado

SOJA – Em Chicago, os preços da soja trabalham com leves perdas neste momento, manhã de quinta-feira, a U$ 10,26/março. Ontem houve perdas acentuadas, entre 14 e 15 pontos nos primeiros vencimentos.
– O mercado segue sentindo o peso das incertezas geradas pelas medidas do novo governo dos EUA, bem como pela entrada de uma grande safra na América do Sul.
– Na Argentina, depois de um longo período de estiagem, voltou a chover. O mercado, porém, considera que, nas lavouras, existem perdas irreversíveis. O USDA cortou a colheita do país em 3,0MT no último relatório de oferta e demanda, para 49,0MT. No ano passado foram produzidas 50,0MT.
– Logo mais, o USDA irá divulgar as exportações semanais dos EUA. O mercado aguarda um volume mais restrito, entre 0,3MT e 0,8MT.
– O mercado segue preocupado com a avidez do governo Trump sobre questões tarifárias, o que está alterando as relações comerciais mundo afora e mexendo com os níveis de preço das commodities em geral.
– A CONAB acaba de divulgar o 5º levantamento de safra desta temporada, estimando a colheita de soja em 166,0MT, aumento de 12% sobre as 147,7MT do ciclo passado. Cerca de 15% das lavouras já foram colhidas. A área semeada ficou em 47,5MH, aumento de 2,8% sobre o ciclo anterior. As exportações estão avaliadas em 105,5MT, ante 98,8MT do ano passado; e o consumo interno em 60,2MT, contra 56,1MT do último ciclo.
– O mercado interno se mantém calmo, apenas com negócios pontuais. Os prêmios nos portos saíram do campo negativo e vêm ganhando terreno; mas, a queda na CBOT é ainda mais significativa. Além disto, câmbio mais acomodado, alta dos fretes e pressão da oferta completam o quadro negativo do momento.
– No spot, prêmios são apontados entre 10/20. Indicações de compra no oeste do Paraná entre R$ 121,00/124,00 e em Paranaguá na faixa de R$ 131,00/134,00 – dependendo do prazo de pagamento e, no interior, também do local e do período de embarque.

MILHO – Na CBOT, os preços do milho operam em baixa de 4 cents, a U$4,86/março. Ontem, a bolsa encerrou com ganhos de 6 pontos.
– Na BMF, a posição março trabalha em R$ 79,60 (fechamento anterior R$ 78,51) e maio em R$ 77,10 (anterior, R$ 76,64).
– O mercado internacional vive um bom momento, com bons volumes de vendas sendo reportados pelos EUA; essa melhora acaba se refletindo também no mercado brasileiro.
– Segundo a Conab, em seu quinto levantamento de safra da temporada 2024/25, a produção total de milho do Brasil deve chegar a 122,0 MT, com a primeira safra sendo avaliada em 23,6MT, a segunda safra em 96,0MT e a terceira, 2,4MT. No ano passado, o Brasil produziu 115,7MT. O consumo interno deve totalizar 86,9MT e as exportações 34,0 MT.
– No mercado interno, a procura por lotes de milho se acentuou nesta semana, com mais compradores buscando originação; com isto, os preços estão mais firmes. A entrada da safra de verão parece não ter a capacidade de segurar o ímpeto altista deste momento, pelo menos nas regiões de pouco cultivo. E, em relação à safrinha, há um longo caminho até que venha a mercado – mal começou a ser semeada e depende do avanço da colheita de soja. Compradores se mostram mais atentos ao abastecimento de suas fábricas.
– No oeste do Paraná, indicações de compra na faixa de R$ 73,00/75,00 – dependendo de prazo de pagamento e localização do lote.

– CÂMBIO – Neste momento opera em alta, a R$ 5,78. Ontem, fechou em R$ 5,762.

(Granoeste Corretora – Camilo/Stephan – Relatório publicado às 10:15).