Comentário de Mercado

SOJA – Os preços da soja operam com ganhos de 4 cents nos futuros de Chicago neste momento, manhã de terça-feira, a U$ 10,19/maio. Ontem os preços reagiram negativamente aos relatórios de área e de estoques dos EUA e fecharam com queda entre 8 e 9 pontos.
– Muito aguardado, o relatório de intenção de plantio veio em linha com o que era esperado pelo mercado. Segundo o USDA, a área semeada com soja deve ficar em 33,8MH, queda de 4% sobre os 35,25MH plantados na temporada anterior. Se confirmada, será a menor área desde a estação 2020/21, quando foram semeados 33,6MH.
– Em relação aos estoques existentes em primeiro de março em solo norte-americano, o USDA avaliou em 52,0MT, alta de 3,5% sobre as 50,2MT da mesma data do ano passado. É o maior volume dos últimos três anos.
– Os números vieram dentro das expectativas, não trazendo maiores impactos para os preços. Tecnicamente, investidores que haviam comprado posições, vendo a neutralidade dos números passaram a vender, o que acabou pressionando as cotações.
– Os próximos passos que merecem a atenção do mercado:
1º) – Nesta quarta-feira, dia 2 de abril, o governo Trump fala que será o dia da libertação. Promete aplicar tarifas recíprocas de importação para todos os principais parceiros comerciais. Isto poderá ter sérias implicações sobre a demanda.
2º) – Dia 10 tem relatório mensal de oferta e demanda. Embora não se espera grandes alterações, é bem provável que haja cortes na produção sul-americana, especialmente da Argentina.
3º) – Comportamento do clima no Meio Oeste dos EUA onde, a partir deste mês, deslancha o plantio da nova safra, cujos trabalhos se intensificam em maio.
– Levantamento da Conab indica que a colheita da safra brasileira de soja chega a 81,4%, ante 71% do mesmo ponto do ano passado, com média histórica de 67,2%.
– Os prêmios são indicados na faixa entre 60/75 cents nos portos brasileiros. Os ganhos das últimas semanas ajudam a contrabalançar em boa medida as perdas no câmbio e a queda na CBOT, bem como a alta do transporte.
– Indicações de compra no oeste do Paraná entre R$ 124,00/126,00 e em Paranaguá na faixa de R$ 134,00/136,00 – dependendo do prazo de pagamento e, no interior, também do local e do período de embarque.

MILHO – Os preços do milho operam com ganhos de 5 pontos na CBOT, neste momento, manhã de terça-feira, a U$ 4,62/maio. Ontem, o mercado fechou com ganhos de 3 a 4 pontos nos dois primeiros vencimentos e em leve queda nos futuros mais distantes.
– Na BMF, a posição maio trabalha em R$ 78,90 (fechamento anterior R$ 77,68) e junho em R$ 72,25 (anterior, R$ 72,33).
– O relatório do USDA de primeira intenção de plantio para a temporada 2025/26 nos EUA, apontou a área destinada ao milho em 38,58MH, a maior em 10 anos. O mercado esperava 38,19MH; em 2024/25 ficou em 36,66 MH.
– Em relação aos estoques norte-americanos em primeiro de março, estes foram avaliados pelo USDA em 207,05MT, 2% abaixo do que era esperado pelos analistas. Este estoque é menor do que aquele do ano passado, mas é o segundo maior desde 2020.
– Segundo a Conab, a área colhida de milho verão no Brasil chega a 53,3%, contra 46,4% do ano passado e média de 41,1% para esta época do ano.
– Em relação ao plantio da safrinha, a Conab aponta em 97,9% a área já semeada, contra 98,7% de mesmo ponto do ano passado e 92,5% de média.
– No oeste do Paraná́, indicações de compra na faixa de R$ 76,00/78,00 – dependendo do prazo de pagamento e da localização do lote.

– CÂMBIO – Neste momento opera em leve alta, em R$ 5,71. Fechamento anterior registrou queda de 1%, a R$ 5,707.

(Granoeste Corretora – Camilo/Stephan – Relatório publicado às 9:30).