SOJA – Os preços da soja registram perdas acentuadas nesta manhã de quinta-feira em resposta ao drástico aumento das tarifas de importação por parte dos EUA, proposto no fim da tarde de ontem pelo presidente Trump. A posição maio, chega ao intervalo com queda de 22 pontos, negociada a U$ 10,07. Ontem o mercado fechou com perdas de 4 cents.
– Mais do que as tarifas em si, os temores do mercado recaem sobre as possíveis retaliações que os países afetados aplicarão sobre as importações vindas dos EUA – que são os maiores exportadores de alimentos do mundo. São cerca de 50,0MT de soja; 62,0MT de milho; 23,0MT de trigo. Os EUA são também grandes exportadores de carnes e de uma vasta lista de outros produtos alimentares.
– Produtos brasileiros para entrar nos EUA terão uma tarifa mínima de 10%; a China, 34%; Japão, 24% e União Europeia, 20%. Muitos outros países tiveram a aplicação de tarifas ainda mais altas. A poeira foi levantada, resta ver agora como os países afetados vão reagir – se vão retaliar e em que medida, se vão sentar para negociar ou puramente aceitar.
– O fato é que a busca por um comércio mais livre – e que tem ajudado e intensificado o crescimento global nas últimas décadas – está sofrendo um duro golpe. A tendência é que o ritmo de crescimento das economias seja reduzido e a inflação retorne com muita força.
– – No mercado brasileiro, os prêmios tendem a ter forte reação positiva, uma vez que deverá aumentar a demanda local. Espera-se que países afetados pelo tarifaço de Trump apliquem tarifas retaliatórias contra os EUA. Os ganhos nos prêmios tendem a contrabalançar parte das perdas apuradas na CBOT e no câmbio.
– Primeiras indicações de prêmios em Paranaguá estão na faixa de 60/100 no mercado spot, algo entre 15 e 30 pontos acima da jornada anterior. Deve, porém, haver muitas alterações no decorrer.
– Primeiras indicações de compra mostram perdas entre R$ 2,00/3,00 por saca no comparativo com o dia anterior. No oeste do Paraná entre R$ 122,00/124,00 e em Paranaguá na faixa de R$ 131,00/134,00 – dependendo do prazo de pagamento e, no interior, também do local e do período de embarque.
MILHO – Os preços do milho operam com queda de 7 pontos na CBOT, neste momento, manhã de quinta-feira, a U$ 4,50/maio. Ontem, o mercado fechou com perdas entre 3 e 4 pontos nos vencimentos mais próximos.
– Na BMF, a posição maio trabalha em R$ 76,70 (fechamento anterior R$ 77,28) e junho em R$ 72,30 (anterior, R$ 72,70).
– O tarifaço de Trump, divulgado ontem, ecoa nos mercados globais, com muitas preocupações em relação às retaliações dos países afetados e em relação à provável desaceleração do comércio global. No primeiro momento, os mercados sofrem os impactos negativos dessas medidas, mas, aos poucos, a tendência é que outros países venham buscar mais produto na América do Sul, podendo ser positivo para os produtos agrícolas brasileiros.
– Relatos de problemas climáticos em alguns estados, bem como o plantio fora da janela ideal, podem prejudicar a produtividade do milho safrinha nestas regiões. Além de possíveis perdas, outro ponto que causa preocupação é o alto custo de produção quando comparado aos preços indicados para a safrinha. De maneira geral, em território nacional, espera-se uma boa safra, salvo em algumas regiões afetadas por irregularidades.
– No oeste do Paraná́, indicações de compra na faixa de R$ 75,00/77,00 – dependendo do prazo de pagamento e da localização do lote.
– CÂMBIO – Neste momento opera em queda de quase 1,5%, em R$ 5,61. O fechamento anterior foi de R$ 5,692.
(Granoeste Corretora – Camilo/Stephan – Relatório publicado às 10:10).