SOJA – Os preços da soja voltam a trabalhar no campo negativo nesta manhã de quarta-feira – com queda de 5 cents neste momento, a U$ 10,38/março. Ontem houve perdas entre 4 e 6 pontos nos primeiros vencimentos.
– Apesar de um relatório de oferta e demanda positivo, que reduziu a produção global, o mercado segue dando mais atenção às questões tarifárias do governo Trump e à entrada da safra recorde da América do Sul, começando pelo Brasil. Enquanto isto, na Argentina, melhores chuvas tendem a limitar as perdas no campo.
– De acordo com o USDA, a produção mundial de soja, neste ano, deve ficar em 420,8MT, ante 424,3MT estimadas em janeiro. O consumo foi elevado em quase 1,0MT, para 406,2MT. Perda na produção, combinado com aumento do consumo, tem implicação direta nos estoques – que são avaliados em 124,3MT, corte de 4,0MT sobre as projeções do mês passado. Ainda assim, os estoques estão bem acima das 116,0MT da última estação.
– Para os EUA, os números não sofreram nenhuma alteração em relação a janeiro: produção de 118,8MT, exportações de 49,7MT e estoques finais de 10,3MT; no ano passado os estoques finais ficaram em 8,6MT.
– Para o Brasil, a produção segue avaliada em 169,0MT, com exportações de 105,5MT; no ano passado estes números eram, respectivamente, 156,0MT e 100,0MT.
– Já, para a Argentina, o USDA cortou a previsão de colheita em 3,0MT, de janeiro para fevereiro, para 49,0MT. No ano passado foram 50,0MT.
– O line-up de navios indica que exportações brasileiras de soja, em fevereiro, devem ultrapassar 11,0MT. Em fevereiro do ano passado foram 9,5MT.
– O mercado interno se mantém calmo. Os prêmios nos portos saíram do campo negativo e vêm ganhando terreno nos últimos dias em resposta às perdas na CBOT e à retração dos produtores. Porém, câmbio mais acomodado, alta dos fretes e pressão da oferta jogam no campo oposto.
– No spot, prêmios são apontados entre 5/10. Indicações de compra no oeste do Paraná entre R$ 124,00/126,00 e em Paranaguá na faixa de R$ 133,00/136,00 – dependendo do prazo de pagamento e, no interior, também do local e do período de embarque.
MILHO – Na CBOT, os preços do milho operam em leve alta, a U$4,85/março. Ontem, a bolsa encerrou com queda de 6 a 7 pontos, perdas que se acentuaram após a divulgação do relatório do USDA.
– Na BMF, a posição março trabalha em R$ 78,75 (fechamento anterior R$ 78,30) e maio em R$ 77,60 (anterior, R$ 77,45).
– Além do relatório, o mercado de milho segue preocupado em relação à taxação dos EUA nas importações de metais brasileiros, o que pode causar algum tipo de retaliação contra os produtos agrícolas dos norte-americanos.
– O relatório mensal de oferta e demanda de fevereiro não trouxe maiores novidades, sobretudo em relação às expectativas do mercado. Os dados sobre a safra norte-americana não foram alterados em relação ao report de janeiro, com produção de 377,6MT, exportações de 62,2MT e consumo para etanol de 139,7MT.
– Sobre o milho brasileiro, o USDA cortou a produção para a temporada 2024/25 em cerca de 1,0MT, para 126,0MT. Consequentemente, as exportações caíram na mesma proporção, projetadas em 46,0MT.
– Já, para a temporada 2023/24, o USDA cortou 3,0MT da produção brasileira, avaliada agora em 124,0MT.
– Para a Argentina houve corte de 1,0MT na temporada 2024/25, estimada em 50,0MT.
– A produção global tem queda em torno de 2,0MT em relação a janeiro, estimada em 1.212,5MT. No ano passado a produção chegou a 1.232,6MT.
– No oeste do Paraná, indicações de compra na faixa de R$ 72,00/75,00 – dependendo de prazo de pagamento e localização do lote.
– CÂMBIO – Neste momento opera em linha com o fechamento anterior, a R$ 5,76. Ontem, fechou em R$ 5,767.
(Granoeste Corretora – Camilo/Stephan – Relatório publicado às 9:30).